domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um inspiração muito querida...

... ou como tudo começou. Tudo nesse caso é minha mania por cadernos e sketchbooks. Isso bem antes de pensar em fazê-los com minhas próprias mãos. Eu me danava a comprar moleskines e afins, isso antes de eles serem feitos na China, coisa e tal, mas vamo deixar esse papo pra depois.

Eu queria muito saber desenhar. Acho que eu era frustrada de ser uma designer que não sabia desenhar quando todo mundo na minha sala da faculdade era tão virtuoso. Aí eu fui correr atrás, né, porque não me conformava com essa coisa "não sei desenhar". Eu sabia que ainda tinha em algum lugar dentro de mim aquela criança com um monte de coisa pra botar pra fora que os bonecos palitinho enterraram.

Daí, pra resumir a história, eu conheci esse cara, o Danny Gregory. Ele tinha uns livros sobre como desenhar, mas de um jeito mais inclusivo, mais todo mundo pode. Que é o que eu acredito também. Aliás, todas as imagens desse post são dele, tá? Pra vocês verem como a coisa é séria. =)



Mas não é só que todo mundo pode. Eu acho que todo mundo deve. Acho que acontece alguma coisa, mágica e inexplicável, quando você para tudo e desenha. E observa o mundo real, e coloca aquilo no papel do jeito que você está vendo. Eu acho que traz a gente pro agora, pro momento, e ultimamente tenho chegado cada vez mais à conclusão de que é por aí que a gente consegue ser um pouco mais feliz nessa vidaloka.


Aí esse cara, minha gente, ele começou a desenhar com trinta e poucos anos. Sim, ele é foda, e ele acabou descobrindo que era nisso que ele era bom na vida e fez toda uma carreira bem sucedida. Mas, pra falar a verdade, isso não importa muito. O que eu acho sensacional é como ele começou a desenhar num momento muito difícil da vida, que foi quando a mulher dele teve um acidente e caiu nos trilhos do metrô em Nova Iorque, e perdeu os movimentos das pernas.


Em um dos livros que eu tenho dele, Everyday Matters, ele conta essa história (no meio de desenhos maravilhosos). E conta como ele ficou revoltado, como foi difícil, e como o que salvou o juízo dele foi desenhar despretensiosamente as coisas que ele via. E hoje ele dedica a vida a, nas palavras dele mesmo, ensinar as pessoas como a criatividade pode mudar e curar suas vidas.



Isso tem muito a ver comigo, com a minha história, como eu consegui sobreviver a uma situação inimaginável botando a criatividade pra fora do jeito que eu podia. E com como eu cheguei aqui, compartilhando isso diariamente.

Muito do meu fazer livros pra vocês preencherem vem dessa crença. De acreditar em dar pro mundo um suporte pra entrar em contato essa parte da gente que fica enterrada pelo cotidiano, em contato com o agora, com o momento. E sem regras, sabe? Uma das coisas mais legais que eu li stalkeando o Danny Gregory foi que existem tantos jeitos de se fazer arte quantas pessoas existem na Terra. Você pode desenhar, você pode escrever, você pode registrar a sua vida. Você pode inventar as suas histórias, os seus mundos, e com isso ser uma pessoa mais feliz. Tem uma amiga usando um Design de Baunilha pra anotar todo o processo da construção da casa dela. Outra que está controlando as mamadas dos filhos gêmeos. Isso é demais pra mim, gente, fazer parte, de alguma forma, da construção de um sonho, do registro de um momento tão importante da vida.

Manda fotos dos teus livros Design de Baunilha preenchidos pra mim? Só faz sentido pra mim se fizer sentido pra vocês.

Boa semana. Cheia de momentos criativos e bonitos, por favor, tá? =**

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto lindo, Sil! Como é bom quando o que fazemos tem sentido em nossa vida e ainda por cima é prazeroso. Isso é amor! Beijo,
Fátima